O mapa de vetores é uma ferramenta para representar a direção dos movimentos de um Agenciamento, em diálogo com a Dinâmica Vetorial. Em vez de olhar apenas para a posição geológica atual (maciço, câmara, arquipélago, planície), o mapa de vetores torna visível para onde cada parte do terreno está se inclinando.
Seu objetivo é antecipar tendências antes que se consolidem como formações rígidas ou colapsos dispersivos, permitindo que a cartógrafa intervenha na inclinação das linhas de devir.
Quando usar
- Depois de um primeiro mapeamento geológico, quando o grupo já reconhece onde está, mas não sabe para onde está indo;
- Em contextos de mudança rápida (crescimento acelerado, reestruturações, fusões, transição para trabalho remoto);
- Quando há divergência de percepção entre pessoas: alguns sentem resfriamento e burocratização, outros percebem desmanche e caos.
Como montar um mapa de vetores
- Parta de um Mapa Geológico já construído, com os elementos relevantes posicionados.
- Para cada elemento (time, ritual, produto, espaço), investigue com o grupo:
- O que tem acontecido recentemente?;
- Em direção a que tipo de formação ele parece caminhar?;
- Que forças inerciais (medo, pressão do capital, automatismos) o puxam?;
- Que forças vitais (desejos, experimentos, linhas de fuga criadoras) o empurram em outra direção?
- Desenhe, para cada elemento, uma ou mais setas de tendência indicando o vetor inercial e o vetor vital.
- Observe em conjunto:
- onde os vetores convergem (tendência forte de enrijecimento ou desmanche);
- onde há conflitos de vetores (desejo do campo tensionado por estruturas reativas).
Exemplos de leitura
- Um time formalmente situado em câmara magmática, mas com vetor inercial forte em direção ao maciço cristalino (introdução de KPIs rígidos, centralização de decisões), enquanto um vetor vital aponta para planície aluvial (experimentos informais à margem dos processos oficiais);
- Uma unidade de negócios em arquipélago estruturado cujo vetor inercial puxa para mais automação e scriptização, enquanto o vetor vital tenta reintroduzir encontros presenciais, espaços de improviso e renegociação do código com clientes.
O mapa de vetores ajuda a cartógrafa a escolher onde intervir: não sobre o passado já sedimentado, mas sobre a inclinação atual das linhas de devir, fortalecendo vetores vitais e amortecendo vetores inerciais que drenam Potência.