O mapa genealógico é uma ferramenta para visualizar a história viva de um Agenciamento, em diálogo com a Análise Genealógica. Em vez de tratar o passado como uma cronologia neutra, o mapa destaca acontecimentos que seguem operando como atuantes do tipo Memória ou Costume no presente.
Seu objetivo é tornar visíveis as bifurcações históricas que abriram ou fecharam possibilidades, as promessas e dívidas que ainda pesam sobre o campo e os episódios que continuam organizando os Enlaces atuais.
Quando usar
- Quando problemas atuais parecem repetir padrões antigos (“isso já aconteceu antes”);
- Quando narrativas sobre o passado são usadas para justificar o presente (“sempre foi assim”, “desde a fusão é diferente”);
- Quando há conflitos de memória entre grupos (versões diferentes sobre os mesmos eventos).
Como montar um mapa genealógico
- Defina o recorte histórico: por exemplo, os últimos 5–10 anos de uma organização, ou o ciclo de vida de um produto, ou o período desde uma grande fusão.
- Coleta de narrativas:
- entrevistas e Micronarrativas com diferentes Atuantes (fundadores, pessoas antigas, recém-chegadas, clientes, parceiros);
- documentos, atas, comunicados, registros visuais.
- Identifique acontecimentos que funcionam como marcos:
- crises, escândalos, mudanças de liderança, fusões, cortes, vitórias emblemáticas, projetos heroicos, fracassos traumáticos;
- criação de regras ou estruturas que ainda operam hoje.
- Organize esses marcos em uma linha do tempo, destacando para cada um:
- que tipo de Memória/Costume ele gerou;
- como isso segue afetando a geologia e os vetores atuais (por exemplo, justificando alta codificação, medo de experimentar, orgulho de certa prática).
Possíveis camadas do mapa
- Linha do tempo dos eventos institucionais (decisões formais, mudanças estruturais);
- Linha do tempo dos afetos predominantes (euforia, medo, ressentimento, esperança);
- Linha do tempo dos deslocamentos geológicos (por exemplo, de planície para câmara, de câmara para maciço).
O mapa genealógico permite que a organização veja como chegou até aqui e, ao mesmo tempo, abre espaço para imaginar outros futuros: ao explicitar como certas escolhas foram contingentes (e não naturais), a cartógrafa ajuda o grupo a reconhecer que a história pode ser reescrita por novos Agenciamentos.