Um mapa deve tornar visível o invisível, mas não existe um único mapa capaz de representar toda a complexidade de um Agenciamento. A cartógrafa deve se tornar mestre na arte de mapear, compreendendo que múltiplos mapas são possíveis e necessários.

Ela deve dominar a linguagem visual para sobrepor camadas distintas: fluxos de informação, redes de afeto, linhas de bloqueio e dinâmicas de poder. Cada visualização revela uma faceta diferente do terreno, e é a combinação delas que permite uma leitura precisa para a intervenção. Não se trata de seguir um modelo gráfico rígido, mas de criar representações que tornem as forças inteligíveis para o grupo.

Tipos de mapa

Atualmente os seguintes mapas são conhecidos:

  1. Mapa de Enlaces: torna visível a “física dos encontros” entre Atuantes, mostrando como diferentes tipos de Enlaces (composição, decomposição, captura, linha de fuga) produzem ou drenam Potência.
  2. Mapa Geológico: posiciona partes do agenciamento (times, rituais, espaços, produtos) no plano Territorialização/Codificação, evidenciando a combinação entre os Arquétipos Geológicos.
  3. Mapa de Fontes e Drenos: organiza cenas concretas de fontes e drenos de potência ao longo de uma jornada, dia de trabalho ou processo, traduzindo o diagnóstico afetivo em imagem compartilhável.
  4. Mapa de Vetores: representa a direção dos movimentos descritos em Dinâmica Vetorial, indicando para onde cada parte do terreno está se inclinando (vetores inerciais e vetores vitais).
  5. Mapa Genealógico: torna visível a história viva do agenciamento, destacando acontecimentos, memórias e costumes que ainda organizam os Enlaces atuais, em diálogo com a Análise Genealógica.
  6. Mapa da Cartógrafa: registra os enlaces e intervenções que a própria cartógrafa produz no campo, ajudando a acompanhar os efeitos políticos e afetivos do trabalho cartográfico.

Nenhum desses mapas é completo por si só. A potência da Linguagem de Mapas está na possibilidade de combiná-los em camadas: por exemplo, sobrepor um Mapa de Enlaces a um Mapa Geológico, ou acompanhar um Mapa Genealógico com um Mapa de Vetores para ler não apenas onde a organização está, mas como chegou até ali e para onde tende.